Para o presidente, não é possível dizer que o Congresso não entendeu a importância dos pontos em discussão
Por: Folhapress em 15/06/19 às 20H04, atualizado em 15/06/19 às 18H56
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) adotou um discurso de pacificação após a mais recente troca de farpas entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a respeito da tramitação da reforma da Previdência.
Segundo Bolsonaro, o texto apresentado na Câmara garantiria situação econômica confortável a seu governo, mas poderia provocar nova crise daqui a alguns anos.
Após o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) apresentar proposta de reforma da Previdência, Paulo Guedes disse que o texto cede a privilégios e que os parlamentares não teriam compromisso com as novas gerações. Em resposta, Maia afirmou que o ministro é injusto e que o governo se tornou uma "usina de crises".
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Neste sábado (15), em rápida conversa com jornalistas na porta do Palácio da Alvorada, em Brasília, Bolsonaro disse que "a bola está com o parlamento". "A nossa bancada do PSL a gente orienta de uma forma. Se perder no voto paciência, vamos respeitar", disse.
Bolsonaro afirmou que é natural que haja essas divergências e que o importante é debater o máximo possível, sem que haja muito atraso. Questionado sobre a irritação de Guedes a cerca da retirada da proposta de capitalização do relatório de Samuel Moreira, Bolsonaro reafirmou os argumentos do ministro segundo os quais, sem esse ponto, haveria necessidade de nova reforma em alguns anos.
"Ninguém duvida da capacidade do Paulo Guedes, o que eu entendo nele e me inclinei a aceitar as suas teses, e que ele está dando números para que o Brasil possa sair da crise. Com essa reforma proposta que está aí, que o Paulo Guedes tem restrições em parte, o meu governo está garantido, a crise virá a partir de 2023, 2024", disse.
"A gente não quer deixar para o futuro governo, que vai nos suceder a dor de cabeça da Previdência. Não podemos continuar vivendo esse fantasma, essa agonia, que é a Previdência. Nós temos uma chance de tirar o Brasil do caos econômico que se aproxima".
Para Bolsonaro, não é possível dizer que o Congresso não entendeu a importância dos pontos em discussão. "Não pode falar em Congresso quando apenas eu, o Guedes, o [presidente do Senado, Davi] Alcolumbre, o Maia falam. O Congresso é um corpo, eu passei por lá 28 anos, que não tem obediência cega a quem quer ocupe a Presidência".
Levantamento feito pela Folha mostra que, após a divulgação da nova versão da reforma da Previdência, ao menos 23 integrantes da comissão especial que analisa o texto devem ser favoráveis à proposta. Alguns querem mais mudanças no texto. O órgão é formado por 49 deputados.
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